Vizinhos

03:53 Phelipe Malek 0 Comentarios

Ela estava quieta, deitada ali no sofá completamente imovel, olhando para o teto. Era linda, jovem e solteira. As lágrimas que já escorriam pelo seu rosto, escorriam agora sobre seu corpo, completamente núa e fria, uma pele bem pálida e suas partes intimas tampandas com belissimas orquideas.

Ela estava morta!


Pelo chão um caminho de orquídeas que levavam até a porta e acabava ali, a perícia não encontrou digitais ou qualquer coisa que levassem ao assassino. No apartamento de baixo, um belíssimo som de orquestra tocava, um som que não condizia em nada com aquele apartamento, lá dentro exalava um cheiro de Marlboro vermelho misturado ao cheiro das roupas apodrecidas de fedor e caixas de pizza velhas com pequenas fatias podres.

A musica alta funcionou com um silenciador, na parte mais dramática da musica ouvisse um estouro, minutos depois e temos mais um corpo, quem é a vitima agora?


Novamente não havia digitais ou qualquer coisa que levasse ao assassino. O sangue escorria adentro o chão podre de madeira, o cheiro de carne queimada misturando-se aquele vermelho para a policia parecia um dia interminável Pelo menos os peritos sabiam de uma coisa, a mulher das orquídeas havia sido estuprada algumas horas antes de morrer e o rapaz esquizofrénico havia colocado fogo em si mesmo antes de levar um tiro na cabeça.

Quem seria o assassino?


Algumas semanas após o hediondo crime, tudo ficou evidente para a policia, a investigação levou eles direito para o inimigo invisível. Um suspeito que se demonstrou tão invisível que sua existência para crimes como este era impossível.

Um louco que morava no apartamento 8-B, passava por aquela mulher das orquídeas todo dia no corredor, ela era linda e ele feio, desde o primeiro momento que há viu se apaixonou por ela, mas em sua mais pura consciência sabia que não teria chances com ela. Aquele desejo de possuir o corpo dela era incontrolável, era mais do que um desejo carnal, era obsessivo, louco. Um dia inquieto em seu apartamento, o vizinho que morava encima fazia o fedor mais do que insuportável chegar ao seu apartamento, e pra completar vinha acompanhado de um musica irritante, barulhenta e que o deixava com dor de cabeça.

Se irritando com aquilo, resolveu lidar com o problema pessoalmente, pós luvas, uma bota e uma arma escondida debaixo do casaco, ia até a porta dele falar com ele, ao chegar no terceiro andar viu que a mulher por qual tinha uma obsessão estava carregando orquídeas no braço, ele viu que ela estava bastante feliz. Seguiu ela até em casa e abordou ela, pós a arma na cintura dela e obrigou ela a entrar.

Exactamente quase uma hora depois, um grito agonizante é ouvido ali de dentro daquele apartamento, ele sai exactamente do jeito que entrou, porém desta vez sorrindo. Entra silenciosamente no apartamento do seu vizinho chato, a porta estava aberta. O cheiro era insuportável, ele coloca um lenço no nariz e continua a andar se escondendo nos cantos e procurando seu alvo. Ele não sabia, mas seu vizinho era completamente esquizofrénico, estava no quarto sentado e brincando com um celular e gasolina, até que um pequeno acidente causa uma explosão no celular coloca fogo na gasolina que estava na mão do vizinho chato, e então suas pernas começam a pegar fogo, ele ia começar a gritar, porém o assassino aumentou o som e atirou.

Não deixou qualquer digital possível e quanto menos pegadas, tudo cuidadosamente feito. Voltou-se para casa e voltou a ler seu livro pensando que nunca o pegariam!



Quem poderia suspeitar do próprio vizinho em um apartamento? Ninguém suspeitaria de uma pessoa quieta, que vai e volta do trabalho todos os dias, é sozinha. Ninguém suspeitaria de uma pessoa que você só esbarra no corredor ou ver indo trabalhar.


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