Dor
"Dor" ela dizia, com uma certeza assustadora, tocava minha pele com uma leveza, escondendo por trás de seus olhos, ódio. Ela não sabia o que lhe esperava, era uma suspeita improvável, ociosa, indiferente, apenas sentou ao meu lado e esperou, seus labios estavam trêmulos, e o meu paralisado, a espreita do melhor momento, para dilacerar uma alma. Ascendi um cigarro, ela olhou para mim, uma lagrima escorria pelo seu rosto.
"Acabou". Eu falei para ela com uma naturalidade assustadora. Levantei e coloquei um casaco, sai pela porta. Eu a ouvi resmungando, o ódio que ela escondia atrás dos olhos, agora queimava, e eu fiz seu mundo cair, eu quebrei seu amor enquanto ela tentava colar. Fechei os olhos, pensei duas vezes e entrei de novo, ela veio para cima de mim com uma faca, eu esquivei e ela caiu, a faca perfurou seu pescoço. Talvez se eu não tivesse voltado, não tivesse sentido pena, ela ainda estaria viva, e eu ainda estaria livre.
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