O rosto por trás do outro rosto

18:33 Phelipe Malek 0 Comentarios

E são apenas nessas vontades que eu nunca sinto, que me vem uma vontade de sorrir, porém como poderia eu sorrir fugindo de mim mesmo, dessa praga que em devaneios gritantes só comete o mesmo erro? Eu queria ser uma metamorfose ambulante, seguir enfrente e nunca errado antes.

Parece que atrás deste rosto, existe outro rosto que não é igual ao outro rosto, que não se move. Parece que a cada olhada no espelho eu enxergo um rosto estranho, diferente do outro rosto que carrego comigo, que porém ainda não se move. Lembro-me de que nada disso é realmente real, ou talvez seja, lembro-me também de cada tapa de ódio neste rosto que nem chegou a ferir o outro rosto. Ele continuava imóvel.

Porém mesmo agora ferido, me aproximo do espelho e aquela ferida causada pelas unhas grandes que ela tinha, ardem, eu grito, absurdamente alto. E o outro rosto continuava imóvel, até estonteantemente um sorriso surgir provocado pela dor.



0 comentários: