Terapia: Terceiro dia.
Feliz dia do blogueiro, primeiramente.
- Está atrasado. - disse ele enquanto eu entrava.
- Desculpe, eu acabei indo dormir tarde e não consegui acordar cedo. - disse enquanto me sentava.
- Você parece bem, qual o motivo? - perguntou ele enquanto tirava o anel de noivado do dedo.
- Eu passei a noite conversando com a Ca.. A mulher por qual sou apaixonado como já lhe disse no primeiro dia. - disse enquanto observava o doutor deitar-se na outra poltrona.
- Isso é bom, um progresso então? - perguntou ele enquanto mexia no celular e parecia responder uma mensagem.
- Quase isso, sinto que ainda tem alguns problemas a serem resolvidos. - disse enquanto pegava uma bolinha na mesa dele para ficar tacando na parede, fazer coisas desse tipo me ajudam a pensar.
- Vamos falar de outra questão agora Phelipe... Na verdade um jogo. - disse ele enquanto ainda mexia no celular.
- Que especie de jogo? Eu gosto de jogos... Só precisa ser um que me anime. - disse tranquilamente enquanto tacava a bola na parede e pegava de volta, minha mente estava fervorosa.
- Você sabe que ser psicologo é uma coisa estressante as vezes, dependendo do paciente... Mas essa manha aconteceu uma coisa que foi além de qualquer estresse... - disse ele enquanto eu observava o lugar.
- Quer que eu descubra sobre isso? Esse é o jogo? - disse e ele assentiu com a cabeça. - O que ganho? - perguntei enquanto me sentava de novo.
- O que você mais quer? - perguntou ele tranquilamente.
- Um Iphone. - respondi de deboche pra saber se eu realmente poderia pedir isso.
- Então se você ganhar, vai ter um Iphone. - disse ele tranquilamente com aquilo.
- Pelo que observei aqui em seu escritório, está faltando um livro que você deve ter emprestado pra alguém ou levou pra casa, e também parece ter sido limpo e arrumado antes de eu chegar, tem uma mancha preta no seu carpete, mas foi colocada ali pra saber se sou realmente bom nisso, então você já esperava que este jogo fosse acontecer. - disse enquanto me concentrava em um movimento que eles fazia com a mão, batendo os dedos tentando transmitir algo em código morse.
- Você é bom, mas será que é o bastante? - perguntou ele enquanto se levantava.
- EMPREGADA! - exclamei enquanto meu pensamento estava começando a me causar dor de cabeça.
- Decifrou o código morse... Mas não tem nada haver com a empregada. - disse ele enquanto andava de um lado pro outro.
- O que aconteceu aqui então? - perguntei curioso.
- Exatamente isso Phelipe, não tem nada. Mas você insiste que tenha alguma coisa, quer sempre que tenha alguma coisa. Minha empregada limpou aqui hoje e pediu o livro que ela havia deixado comigo, devolvi e fui pegar um café, mas com o piso da entrada molhado, escorreguei e caiu um pouco de café ali que deixou essa mancha.
- Então o por que disso tudo? - perguntei assustado agora.
- Você tem que parar de testar as pessoas, de querer que exista algo misterioso por trás de tudo, tem que parar de achar que não pode confiar em ninguém. Se você está bem com a mulher que ama, por que tem que resolver problemas antes? Você cria esses problemas, enxerga esses problemas que não existem.
- Você tem razão. Eu sou desconfiado de tudo, qualquer ação de qualquer pessoa me deixa assim. - disse um pouco desapontado comigo mesmo.
- Você tem um dom incrível de percepção das coisas, só não é bom em teorias, a resposta pra tudo isso estava bem aqui onde eu estou. - disse ele olhando pra mesinha na nossa frente.
- Uma xícara de café, e o celular. - disse enquanto observava o celular que estava acesso e escrito "Teste".
- Exatamente, e você ignorou o mais óbvio. Precisa melhorar isso, e saber a hora certa de usar, pare de desconfiar e testar tudo, você não gostou de ser testado hoje.
- Verdade, irei parar, não é legal ser testado. Me senti violado, enganado... - disse desapontado comigo mesmo novamente e andando em direção a saída.
- Nos vemos sexta? - perguntou ele.
- Sim, talvez.
Tb quero um Iphone rs....SQN
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