Marcos: Cinco doses para o amor
"Sabemos como ela morreu, mas ao longo do tempo eu não sabia bem o por quê. Comecei a pesquisar a resposta no meu passado, as duas primeiras vezes que ficamos aconteceu coisas extraordinárias que também merecem uma certa lembrança.Era meia noite de uma sexta-feira, havíamos saído para lanchar, comum nesses dias. Conversávamos enquanto esperávamos pela comida no restaurante dos Becket.
- Sabe, acho que você devia se preocupar menos com as coisas que dizem sobre você. Mesmo que você aparente não ligar muito eu sei que no fundo você se importa.
- Eu sei disso. Você me conhece bem. Mas dessa vez ela me irritou de uma forma que não consegui ficar quieta.
- Ainda não compreendi como ela te ofendeu.
- Ela falou mal da minha opção sexual. Embora eu não seja lésbica, seja Bissexual. Me ofendeu de uma certa forma.
- Sério que você se ofendeu logo com isso. Geralmente quem julga é incubado.
- Ela parece ser mais sapatona do que eu. Mas não vem ao caso. Parabéns por ter conseguido o emprego de detetive.
- Obrigado, acho que é um bom motivo pra comemorarmos hoje. Topa um Whisky?
- Claro.
Lanchamos e fomos ao pub da cidade, estava vazio, havia dez pessoas. Sentamos ao balcão e o bar-man logo veio nos servi uma dose de Whisky, somos conhecidos do pub já.- Haha, é estranho ver você assim.
- Assim como? - acendi um cigarro.
- Feliz, trabalhando. Não é normal de você. - ela também acendeu um cigarro.
- Eu estou feliz, mas não é pra tanto. - dei uma tragada forte e ela percebeu que eu não estava completamente feliz.
- E o que falta pra você? - antes de responder a pergunta dela virei o copo de Whisky.
- Matar minha carência.
- Estamos no mesmo barco pelo visto. - ela virou o copo de Whisky e pediu mais duas doses.
- Será que podemos matar a carência um do outro?
- Está propondo de nós ficarmos? - virei a segunda dose.
- É uma boa possibilidade. Somos amigos a tanto tempo e confiamos um no outro. - ela virou a segunda dose.
Antes que eu pudesse continuar a conversa, percebo que ela ta olhando pra entrada do pub, não era pra menos, mal virei e pude ver uma linda mulher morena de cabelo liso, um busto grande, cintura larga e pernas avantajadas, usava um vestido vermelho e sensual. Certamente havia acabado de voltar um encontro que fracassou em acontecer, os cabelos estavam meio molhados e a maquiagem borrada, porém de qualquer forma estava completamente sedutora. Todos do Pub estavam olhando pra ela.
- Marcela. - disse ela enquanto fazia o sinal de número dois pro bar-man pedindo mais duas doses, o mesmo não prestava atenção, então ela deu um tapa nele pra ele voltar a si.
- Pera, está dizendo que essa é a Marcela, a mesma que tu disse ter te ofendido? - me surpreendi com certeza, traguei fortemente o cigarro de novo.
- Sim é ela. - ela se levantou enquanto Marcela ia sentar em uma mesa no canto. - Volto logo! - completou.
Bebi a dose, enquanto o cigarro dela ia acabando sozinho com o tempo, e o Whisky ficava ali parado, observei de longe e ela estava conversando com Marcela, o papo estava bom pelo visto e elas se acertaram. Ela voltou pro meu lado sorridente.
- O que vocês conversaram? - eu já estava na quinta dose de Whisky.
- A Marcela é apaixonante. Eu só tinha conhecido o lado arrogante dela. Mas esse lado simpático dela me encantou. - ela estava toda sorridente, e ainda estava na terceira dose de Whisky.
- Pelo visto perdi minha noite especial com você. - acendi outro cigarro.
- Bobo, perdeu não. Pague e venha comigo! - disse ela já se levantado e feliz.
Deixei o dinheiro em baixo do copo e fui atrás dela. Fomos parar em meu apartamento. Ela deitou comigo e ficamos conversando um pouco algumas besteiras, até que ela virou-se pra mim e ficou ali me fitando um certo tempo, até que me aproximei lentamente dela e comecei a lhe beijar, de alguma forma foi especial pra mim, estar ao lado dela, beijando-lhe, sendo amigos mais íntimos."
Compartilhar
0 comentários: