Cronica: Entre Trapos

11:43 Phelipe Malek 2 Comentarios

Outro dia me deparei com uma situação meio incomoda para mim, nunca tendo passado por algo deste tipo, relatarei nesta cronica pensamentos do cotidiano, porém quase nunca ditos realmente.

Lá estava ela, em suas vestes perto dos últimos trapos, sentada no chão da calçada, não estou descrevendo uma linda mulher, estou descrevendo uma mulher que você deve ver todo dia, mesmo que não seja uma mulher, é alguém que você vê nas ruas, sentada(o) esperando apenas a caridade em sociedade cujo pensamento é totalmente egoísta. Mas eu não consigo me encaixar nesse padrão de sociedade que a julgaria por sua magreza e vestes rasgadas julgando-a como uma usuária de drogas. Mas que pensamento primitivo este não é mesmo?! Talvez seja por que a ignorância é uma benção nessa sociedade, se ela é usuária de drogas ou não, o que diferencia ela de você? Somos humanos de qualquer forma e temos que ajudar ao próximo.

Enquanto eu passava dei algumas moedas em meu bolso para ela, cerca de uns dois reais em moeda, deixando sorridente, poderia agora comprar talvez um lanche, infelizmente era tudo que eu tinha a lhe oferecer, mas encontrei um conhecido meu, vendia quentinhas pelo centro, pedi humildemente a ele que desse uma quentinha para ela, certamente ele estranhou, temos pensamentos diferentes, todos tem. Porém ele concordou e aceitou, paguei ele depois em sua loja.

Eu fiquei feliz em ver que ela estava devorando aquela quentinha, aparentava estar com bastante fome, passei por ela de novo agora voltando e ela acenou para mim, eu percebi que mudar a vida de alguém é realmente importante, até por que você passa a ter uma certa importância, o triste é saber que não posso tira-lá das ruas, ou quem sabe ajudar ela a se auto-sustentar, e como dizia Ana Carolina "E entender como uma vida se acaba antes do final".