Solidão semanal
Eu acordo todas as manhãs perdido em meu próprio quarto, me revirando de um lado para o outro tentando me aconchegar em abraços invisíveis, me adequar a solidão de segunda a sexta é quase impossível, por isso transformo qualquer objeto, desde travesseiro a cobertores não usados, em coisas que eu possa abraçar pra suprir essa necessidade que eu tenho dela. E o problema da solidão semanal é que eu me vicio em coisas que possam me distrair, tipo me afogar em bebidas quentes para me manter aquecido, tragar um cigarro para lembrar dos lábios dela. Eu ando envelhecendo semanas por dia, enquanto minha barba cresce eu deixo, ela gosta, e isso que importa.
Acho que já entreguei minha vida inteira para ela, ou será que ainda falta algo? Acho que falta apenas me entregar assim, de corpo e alma, por completo, ao invés de semana por semana. E meio que está manhã foi estranha, acordei diversas vezes ao lado dela, mas, parecia que era um sonho, um pesadelo me fez acorda assustado com medo de perder ela. Eu abracei ela e então me senti mais seguro, aquela sensação de estar seguro era real de novo, era estranho e perfeito. Porém ela foi se embora, eu senti um beijo de despedida com gosto de saudade, e aquela vontade de querer mais, de querer sempre mais ainda ela, de saber que beberei saudade a semana inteira, ou meia semana, ou apenas meio dia, e o gosto amargo e quente da solidão só me aquece nesse frio. Embora em algumas horas eu poderei toca-lá de novo, e sentir todo o alívio que eu preciso.
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