Morte Gelada
Lá estava eu apenas a enfrentar um duro corredor vazio, enquanto a vida continuava ao meu redor, eu podia ouvir vindo do quarto onde ele estava internado, aqueles gemidos agonizantes dizendo que ele iria morrer, ao mesmo tempo eu apenas pensava quando o sofrimento acabaria, vendo ele ser torturado pelo câncer, gelando os ossos no frio da noite, o que eu podia fazer? Eu estava perdido, a vergonha cobria minha cara como uma mascara, e eu sentia que não podia sair de trás dela, sabia que tudo estava perdido no mesmo minuto que me sentei aqui, ao mesmo tempo que o relógio já dizia que ele morreria e eu só tinha que esperar.
A morte é fria, estranha, e na maioria das vezes não faz o menor sentido, mas eu estava disposto a encara-lá, enquanto ele morria naquele quarto, eu morria lentamente no corredor ao ser tomado pelo frio, pela dor, pela tristeza de perder meu pai para uma morte hedionda, terrível, aquilo acabava comigo de uma forma que nem a morte seria capaz de compreender a dor de perder um ente querido.
- Phelipe Winchester.
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